Pense bem antes de adotar um animal na Quarentena!
Sabemos o quanto essa Quarentena tem mexido com nossa rotina, com as nossas relações e com a nossa cabeça. E o COVID pôs às rotinas de quem está em isolamento um tempo em casa que ninguém que trabalha ou estuda fora estava acostumado a ter. A convivência cotidiana com os nossos e com nós mesmos 24 horas por dia pode deixar muitos de nós carentes, sensíveis e mesmo profundamente sozinhos. No entanto, cachorros, gatos, ou qualquer outro animal, são vivos, tem suas personalidades e, acima de tudo, suas necessidades: que vão desde o pipi num lugar indesejado até a grande necessidade de atenção. É aí que mora o perigo: passada a quarentena, de volta às nossas rotinas, aquelas mesmas em que reclamávamos da profunda falta de tempo para qualquer coisa, o novo bichinho não desaparece. É importante ressaltar que as necessidades dele também não. Ter um animalzinho com você nesses dias de frio e solidão pode criar elos de dependência que você deverá arcar pós pandemia: mesmo na sua fase de adaptação a sua vida que há meses você não tinha; o tempo que você não tinha. E aquela viagem desmarcada? Aquele fim de ano aguardando ansiosamente pelo fim do isolamento social (que todos queremos e muito)? Aquele novo amigo, fofo, que serviu terapeuticamente em seus meses de pandemia, isolamento e insegurança não pode ser mais um entre tantos que, adotados ou adquiridos como “presente”, como “produto”, são descartados à míngua!
Um “animal de estimação” carrega em seu nome o que ele deve ser: objeto da nossa ESTIMA. Do nosso afeto. Deve transformar nossas rotinas e a gente, lá dentro, quando descobrimos que cuidar de um pet é uma doação, uma entrega, uma troca. E amor não se usa. Se exerce. Por amor, não adote pela pandemia. Adote somente se estiver disposto a essa viagem, gratificante, mas sem volta, da amizade de verdade.