Nós, da Associação Ouropretana de Proteção Animal – AOPA, gostaríamos de informar sobre a real situação dos animais de pequeno porte em Ouro Preto e esclarecer alguns pontos acerca dos trabalhos que a ONG exerceu e ainda faz em nossa cidade, em prol do coletivo animal. No dia 5 de julho deste ano a empresa Santa Cruz – SC, que trabalhava para a Prefeitura Municipal de Ouro Preto – PMOP, encerrou seu contrato de prestação de serviços ligados a Zoonoses com os cães do município.

A PMOP assumiu, portanto, junto ao seu veterinário, os 31 animais que estão sob sua tutela e guarda e eram manejados e cuidados pela empresa SC nos últimos anos em Ouro Preto.
Dos 31 animais, 12 deles já participaram de nossos 35 eventos de adoção destinados a esses cães. Dentre eles, Bia, Michael Jordan, Lipe, Camila, Lorena, Olívia, Chiclete, Lua, Pepê, Rick, Amarelo e Túlio já foram assistenciados pela AOPA ao longo do período de 2013 a 2017, no qual trabalhamos sozinhos, sem nenhuma outra organização ou grupo de proteção animal locais para nos apoiar, no CCZ/Canil Municipal da cidade.

Em 2013 a AOPA, ainda única organização ouro-pretana, começou os trabalhos no Canil em prol de maior bem-estar animal junto aos nossos profissionais e todo o voluntariado, depois que conseguimos cessar as eutanásias feitas em animais saudáveis como medida de controle populacional, na época. Tivemos o apoio institucional apenas do Fórum Nacional de Defesa e Proteção Animal, o qual somos filiados, para melhorar as condições e manejo dos animais que eram recolhidos em vias públicas.

Infelizmente, depois de 35 eventos e mais de 110 animais doados responsavelmente, 90% deles adultos devidamente vacinados e esterilizados com recursos da própria ONG AOPA, tivemos que protocolar a primeira denúncia no Ministério Público em julho de 2017, em busca de cumprimento de leis em todo o município e melhores condições de vida aos animais do CCZ/Canil de Ouro Preto. Inclusive, outros grupos e ONGs que também protocolaram meses depois, denúncias como nós fizemos.

Como ógão fiscalizador, continuamos acompanhando os trabalhos feitos no canil da PMOP e em nossa cidade, foco de todo o nosso trabalho desde 2013.

Em últimas reuniões com a PMOP e a outra ONG que atua na região, (que participarão, conosco da próxima reunião com o MP) a AOPA deu suporte técnico, principalmente à Secretaria de Saúde, sobre como se devem ser feitos os trabalhos para o coletivo animal da cidade sob as perspectivas da Saúde Única, as quais trabalhamos.

Nas últimas semanas, sugerimos que nós também, tivessemos reuniões separadas, entre organizações e grupos, pois temos conflito de interesse, conduta e autoria, além de nossos profissionais só poderem responder pelas atividades da AOPA. Será cogitado o nosso pedido e aguardamos contato da PMOP.

Agradecemos pelas 10 vagas de castração, nesse mês de julho, cedidas à AOPA pela PMOP, aos animais ouro-pretanos que monitoramos e/ou tutelamos.

Os animais ouro-pretanos ainda precisam de muitas ações para que o coletivo seja de fato alcançado e sejam vitoriosos. Ainda não temos políticas públicas que ações pontuais não alcançam. O Termo de Ajuste de Conduta padrão ainda será assinado pela PMOP. A luta da AOPA é profunda e busca resultados concretos e mais duradouros. Nossos projetos são de longo e médio prazo. Só assim teremos números significativos em relação ao controle populacional e guarda responsável.

Esperamos que muitas Bias e Lipes tenham sua dignidade restaurada e muitos outros nem passem por atrocidades acometidas pela sociedade que tem que ser educada e punida por tanto maus tratos à vida animal. Que possamos viver harmoniosamente entre humanos e animais com os direitos e deveres cumpridos.

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