Frequentemente recebemos pedidos de socorro animal, principalmente daqueles que estão em vias públicas. Muitos precisam de primeiros socorros e seus tutores não são identificados e às vezes nem procurados (sim, aqui em Ouro Preto, muitas pessoas criam seus animais de estimação com livre acesso às vias públicas). O que dificulta nosso trabalho.

Há alguns anos cultivamos parcerias com veterinários locais para atender aos primeiros socorros animal, mas este trabalho requer que alguém se responsabilize ou até mesmo leve o cão ou gato à clínica indicada pela ONG, já que não temos nem um automóvel próprio.

Recolher um animal é diferente de resgatá-lo. Recolher um animal aparentemente saudável que está em vias públicas não é fazer um resgate (que envolve uma condição de salvamento, num local inóspito, quando o bem-estar animal não é alcançado). Por isso, tente analisar qual a real situação daquele animal que você vê. Faça mais resgates ao invés de recolhimentos, não existem lares definitivos ou temporários suficientes para todos.

Quando nos deparamos com um cão ou gato que precisa de socorro, temos logo de cara um impulso muito forte de ajudar. Porém, pra quem não tem experiência, socorrer um animal vítima de algum trauma, abandono, maus-tratos ou qualquer outro acidente pode ser bem complicado. É preciso equilíbrio emocional, dinheiro e paciência.

Não faça o resgate pensando em passar a responsabilidade sobre o animal para outra pessoa ou instituição. A maioria dos protetores já estão endividados e doentes por terem suas casas superlotadas de animais abandonados. Não faça o recolhimento ou resgate a não ser que você se comprometa pessoalmente com aquela vida que precisa de socorro. Isto é, se ninguém mais te der apoio ou suporte, você terá que dar conta do recado.

Antes de qualquer coisa, respire fundo. Entenda o compromisso que você está assumindo, fique calmo e pense em quatro pontos essenciais: 1) você consegue pegar/transportar o animal?; 2) para qual veterinário você irá levá-lo?; 3) Procure o verdadeiro tutor do animal; 4) Você agora é o responsável temporário pelo animal, que precisa de um teto e comida.

Nós, da AOPA, ajudamos com a divulgação de adoção de terceiros em nossas redes sociais e site, já que não temos abrigo próprio e damos preferência aos animais que vivem em canis em nossos eventos de adoção. Aconselhamos que antes de doá-los, castrem esses animais para o bem deles e dos humanos em nossa cidade. Isso é ter responsabilidade social.

O grande desafio da causa dos animais é construir uma nova mentalidade, conduzindo as ações para que haja um amadurecimento no relacionamento entre as pessoas e os animais. Para que isto se torne possível, se faz necessário diferenciar responsabilidade social de caridade.

A responsabilidade social enfoca a busca da solução do problema, agindo diretamente na causa. A caridade investe na consequência, dificultando que o problema seja resolvido, pois não estimula a união de esforços para descobrir a verdadeira causa do problema. O assistencialismo é imediatista. A responsabilidade social é uma atitude que envolve determinação e persistência, que garante um futuro muito melhor.

O ideal não é apenas lutar para tirar os animais da rua. É preciso educar as pessoas para que não ocorra o abandono, tornando cada cidadão responsável pelo seu animal. “Precisamos dar futuro aos animais, e isto com certeza, não se faz através de esmolas, e sim, com conscientização de seus direitos, incidindo no adestramento adequado, que propiciará um convívio harmonioso”.

Despertar a criatividade, através de novas ideias, ecoando nos corações sensíveis, conseguindo instalar nas mentes o desejo de amar e respeitar os animais é a meta a ser atingida. Agindo assim, formaremos uma legião de educadores, capazes de promover a tutela responsável e o controle de natalidade.

E é claro que a AOPA escolheu, desde sempre, um lado muito “feio” da causa animal, sem fazer nada por popularidade e comoções superficiais imediatistas (aliás, respeitamos quem o faz). Mas nosso trabalho tem maior profundidade e é ligado diretamente a base do coletivo dos animais. Somos voluntários e todas as nossas atividades envolvem muito amor, muita ética, profissionalismo e responsabilidade que almejam resultados a médio e longo prazo, principalmente.

Adaptações:
ANDA
Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal

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